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A Páscoa e as Contradições que Acompanham a Fé – Mateus 26,14-25

A pessoa a quem você só ajudou e só fez o bem, pode atrapalhar a sua vida e lhe fazer mal. Ajude-a e faça-lhe o bem mesmo assim. Essa ideia, além de encontrar sintonia nos Evangelhos, é atribuída, com outras palavras, a Madre Teresa de Calcutá. E apresenta duas dimensões opostas, mas que costumam não se distanciarem muito na vida: a fidelidade e a traição. E com elas a contradição, algo tão humano. Judas é um personagem controverso no enredo dos Evangelhos e na vida terrena de Jesus. É certo que Judas não fez o que se espera de um Discípulo de Jesus, mas também é igualmente certo que Judas é tido e citado como uma espécie de “boi de piranha” para quem prefere olhar para o dedo indicador apontando e por vezes acusando o outro, a olhar para os outros três dedos apontando para si mesmo. Afinal, é mais fácil encontrar um ser humano que se equipara a Judas nas suas fraquezas e nas suas inconstâncias humanas e que até o supere, do que encontrar outro ser humano que se aproxime da humanidade de Jesus de Nazaré. Embora também existam.

A comunidade de Mateus apresenta Judas como mentor, organizador e executor de uma ação de fraqueza em que ele trai o seu Mestre, a sua comunidade e põe em risco o projeto de salvação. Na linguagem de nosso tempo, no entanto, os sumos sacerdotes são os mandantes e pagantes e Judas é o mercenário que fez “o serviço sujo” por trinta moedas de prata. É mais ou menos o que também vemos em nosso tempo conhecido como “Delação Premiada”. Porém, fora do que sugere a lei. Tanto que o texto usa o verbo entregar!  Segundo a nota de rodapé da TEB e (Ex 21,32), este era o valor pago por um escravo atacado por um boi. O dono do boi indenizava o senhor do escravo come este mesmo valor. Jesus, portanto, é igualado, neste sentido, a um escravo. Esta é uma interpretação possível. Ou ainda, quando alguém age na comunidade com egoísmo, por conta própria e em seus próprios interesses, escraviza o coletivo.

Vejam que, respondendo à pergunta dos discípulos: “Onde queres que preparemos para ti a refeição da Páscoa?” (v. 17), Jesus sugere, a casa de “fulano”, isso pode significar, hoje, qualquer casa. Inclusive a minha ou a de um de vocês que estão lendo este texto. Qualquer casa, ou a casa de qualquer um. Parece ser esta uma das mensagens sugeridas. Jesus é um líder que conhece seus companheiros e tem consciência de seus limites e de suas virtudes. Demonstrou isso por diversas vezes. Duas lições importantes para nós que lideramos comunidades e pastorais: a insegurança está em nós, assim como a contradição, até com relação ao nosso próprio agir. Passa a impressão de que foi Judas, mas poderia ter sido qualquer um dos doze!  Cada um deles, perguntou a Jesus: “Seria eu, Senhor?” (v. 22); e Judas, foi o último a falar e o único nominado no texto.

É interessante e fica para uma reflexão na comunidade, o fato de, se Jesus tinha uma vida pública, com atividades dirias, pois Ele era até famoso, por que alguém o teria que entregar? Inclusive, as autoridades já O monitoravam e o acompanhavam de perto. Seria um jeito de dizer que todo homem tem seu preço (ou pode cair em contradição), confirmando um ditado popular? Até um discípulo de Jesus? Seria um alerta para as possibilidades ou mesmo para as fragilidades humanas?

Curitiba, 19 de março, dia de São José, a personificação do Pai.

João Ferreira Santiago
Coordenador Estadual do CEBI-PR
Doutorando em Teologia pela PUC-PR.

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