Que significa ser “católico” ou ser “evangélico”, hoje, frente a um mundo pagão que nos desafia?
Qual o sentido que têm essas etiquetas, memória de divisões do passado, quando a vida presente de nosso povo tem todas as razões para nos unir?
Não será que continuamos, estranhamente, a viver na divisão por razões de outrem, de gente do passado, “vivos governados por mortos”?
As necessidades do povo não nos perguntam por “confissões de fé”, mas por “soluções de fé”. Nossa missão comum não é proclamar o mesmo Evangelho a um mundo que necessita urgentemente sentir-se um só universo?
Gente católica e gente protestante, toda essa gente de tantas cores, tanta diversidade, querendo formar aquela “conspiratio testium” de que gostava de falar Karl Barth. Sim, isto mesmo, o que queremos ser é “conspiração de testemunhas” contra o sistema perverso, excludente e assassino segundo o qual se organiza este mundo. Nessa encarniçada batalha, cada qual luta com as armas que tem. O que temos, na verdade, são nossos corpos “oferecidos em sacrifício vivo”, em testemunho de que não estamos “em conformidade com o sistema de organização deste mundo”. Queremos “transformar-nos desde nossos sentimentos e pensamentos mais profundos”
(Rm 12,1-2). E nossos atos e palavras não são outra coisa senão pedaços de nossos corpos em sacrifício. Este caderno quer ser mais um ato nesta longa e, quem sabe, interminável (cf. Hb 11) caminhada da conspiração.
Editora: CEBI
Número de páginas: 101
Ano: 2016 (2ª edição)
Autoria/Organização
Jether Pereira Ramalho