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Será que o Filho do Homem vai encontrar a fé sobre a terra? (Lc 18,1-8) [Tomaz Hughes]

Será que o Filho do Homem vai encontrar a fé sobre a terra? (Lc 18
Embora possa parecer que o tema deste trecho seja simplesmente a oração, na realidade Lucas o liga ao trecho anterior (17, 22-37), que versava sobre a segunda vinda de Filho do Homem, através da referência em v. 8: “Mas, o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar a fé sobre a terra?” Então devemos entender o sentido original do texto em referência à situação das comunidades do fim do primeiro século – Jesus tardava a retornar, as perseguições estavam no horizonte, as comunidades estavam sofrendo vários tipos de pressão, e a fé delas começava a vacilar. Por isso Lucas quer dar-lhes um ensinamento claro – Deus não vai abandoná-las, então, devem ficar firmes, constantes na oração até que Ele venha.

O tema da oração cristã já foi tratado no capítulo 11 de Lucas. Aqui volta à tona. O versículo 8 mostra que não se refere à simples oração permanente, mas à uma atitude de oração baseada na fé, até que Jesus volte.

Jesus tira uma mensagem de uma situação que devia ter sido comum nos tempos idos (sem falar da atualidade!) – a impotência de uma pobre mulher diante da prepotência de um juiz corrupto. Por ser viúva em uma sociedade patriarcal e machista, ela encarna a impotência dos pobres e marginalizados diante dos poderes do mundo. Faz lembrar a denúncia do profeta Miquéias, estudado mês passado no Mês da Bíblia: “Ai daqueles que, deitados na cama, ficam planejando a injustiça e tramando o mal!  É só o dia amanhecer, já o executam, porque têm o poder em suas mãos” (Mq 2,1).

Jesus dá uma lição clara – se até um juiz injusto atende os pedidos insistentes da viúva, quanto mais Deus vai atender os pedidos daqueles que Ele ama! Se a persistência da viúva alcança o seu objetivo, quanto mais a oração persistente do discípulo, diante de um Deus gracioso: “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por Ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu lhes digo que Deus fará justiça para eles, e bem depressa” (v 7).  Deus não vai atender a oração para se livrar do incômodo, como o juiz injusto, mas porque Ele é o contrário: o Pai amoroso que só quer o bem dos filhos e filhas.

Aqui o texto nos faz lembrar um dos temas centrais de toda a Bíblia – o grito do oprimido e a resposta de Deus. É um tema constante, passando pelas páginas bíblicas desde Êxodo 3. Assim, a questão decisiva não é se Deus fará ou não justiça às comunidades oprimidas – é óbvio que vai! A pergunta a ser respondida se formula no versículo 8, que já foi citado: “O Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar a fé sobre a terra?” O problema não é Deus, mas os discípulos – será que os discípulos de Jesus ficarão fiéis a Ele durante a longa espera até a sua segunda vinda? Para que tenham forças para vencer, então é necessário que eles rezem constantemente e com fé. Essa mesma ideia se faz presente no fim da Oração do Senhor: “Não nos deixes cair em tentação” (Lc 11, 4). Lá também, Jesus ensinou que a comunidade deve pedir o dom da fé e da perseverança, para não desanimar diante dos problemas da vida.

É muito atual esse ensinamento de Jesus. Em uma época de tanto desânimo, tanta falta de perspectivas, quando se chega a falar no “fim das utopias”, devemos sempre rezar para que não sucumbamos à tentação do desânimo e do desespero, de não acreditar na força do “grão da mostarda”, de desacreditar na presença do Reino. O Evangelho de hoje, aplicado a nós, existe para mostrar-nos: “a necessidade de rezar sempre, sem nunca desistir” (v. 1). Cabe a nós praticá-lo!

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