Notícias

Número de mortes de lideranças indígenas em 2019 é o maior em pelo menos 11 anos, diz Pastoral da Terra

via IHU Online*

Das 27 pessoas que morreram por conflitos no campo neste ano, 7 eram líderes indígenas, contra 2 em 2018, segundo a entidade.

O número de lideranças indígenas mortas em conflitos no campo em 2019 foi o maior em pelo menos 11 anos, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgados nesta segunda-feira (9). Foram 7 mortes em 2019, contra 2 mortes em 2018. Os dados deste ano são preliminares: o balanço final só será feito em abril do próximo ano.

No último fim de semana, três ativistas indígenas foram mortos no país: no Maranhão, em Jenipapo dos Vieiras, dois indígenas Guajajara morreram e outros dois ficaram feridos durante um atentado no sábado (7); em Manaus, no Amazonas, o ativista da etnia Tuyuca Humberto Peixoto Lemos morreu no hospital após ser agredido a pauladas na segunda-feira (2).

O ministro da Justiça, Sergio Moro, autorizou nesta segunda-feira o envio da Força Nacional para a terra indígena do Maranhão onde duas lideranças foram mortas no fim de semana. A medida foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (10).

Segundo Paulo César Moreira, da coordenação nacional da CPT, o aumento no número de mortes de lideranças indígenas é resultado de um discurso de “violência institucionalizada” nos conflitos do campo.

Ao menos 27 pessoas já morreram por esse motivo em 2019. O número já é maior do que o computado em todo o ano de 2018, quando ocorreram 28 mortes. Em 2019, o grupo que teve maior número de vítimas foi o de lideranças indígenas.

“Nós vivemos um momento em que o Estado é o agente promotor das agressões. Com todo esse momento político que a gente vive, os responsáveis pelas violências decidiram que esses povos indígenas não têm direitos e que têm que ser eliminados. Com isso, a gente está vendo um massacre”, diz Paulo Moreira, coordenador da Pastoral da Terra.

Veja a lista de lideranças indígenas mortas em 2019:
• 27/02/2019: Cacique Francisco de Souza Pereira, morto aos 53 anos no conflito da comunidade Urucaia, em Manaus (AM)

• 13/06/2019: Cacique Willames Machado Alencar, morto aos 42 anos no conflito Cemitério dos Índios, em Manaus (AM)

• 22/07/2019: Emyra Waiãpi, morto aos 69 anos no conflito Waiãpi/Aldeia Mariry, em Pedra Branca do Amapari (AP)

• 06/08/2019: Carlos Alberto Oliveira de Souza (“Mackpak”), morto aos 44 anos no conflito Cemitério dos Índios, em Manaus (AM)

• 01/11/2019: Paulo Paulino Guajajara, morto aos 26 anos no conflito da terra indígena Arariboia/92 Aldeias/Etnias Guajajara, Gavião e Guajá, em Bom Jesus da Selva (MA)

• 07/12/2019: Cacique Firmino Prexede Guajajara, morto aos 45 anos no conflito da terra indígena Cana Brava/Aldeias Coquinho/Coquinho II/Ilha de São Pedro/Silvino/Mussun/NovaVitoriano, em Jenipapo dos Vieiras (MA)

• 07/12/2019: Raimundo Benício Guajajara, morto aos 38 anos no conflito da terra indígena Lagoa Comprida/Aldeias Leite/Decente, em Jenipapo dos Vieiras (MA)

Dados da Pastoral
O levantamento da CPT é feito com base em dados enviados pelas pastorais de cada região. São levados em consideração apenas assassinatos relacionados a conflitos pela terra.

Além das mortes de lideranças, o levantamento contabiliza também mortes de indígenas que não são líderes de suas comunidades. Levando em consideração as mortes de lideranças e de indígenas somadas, 2013 e 2016 tiveram números maiores.

Para Paulo Moreira, as mortes dos líderes são mais danosas às comunidades porque enfraquecem a luta do grupo por direitos e por territórios.

“A estratégia [por trás dos assassinatos] é enfraquecer a comunidade. Quando não se consegue, o que eles fazem é tentar atingir pessoas da comunidade de forma às vezes até aleatória. Mas a morte de lideranças é de forma bem arquitetada, para diminuir atuação e enfraquecer o grupo todo”, diz Moreira, da CPT.

A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.

A reportagem é de Patrícia Figueiredo, publicada por G1, 10-12-2019. Via IHU Online.

Foto de capa: Corpo do cacique Firmino Silvino Guajajara é sepultado no Maranhão nesta segunda-feira (9) — Divulgação/Magno Guajajara

situs judi bola AgenCuan merupakan slot luar negeri yang sudah memiliki beberapa member aktif yang selalu bermain slot online 24 jam, hanya daftar slot gacor bisa dapatkan semua jenis taruhan online uang asli. idn poker slot pro thailand

Seu carrinho está vazio.

×