A II Marcha das Mulheres Indígenas será realizada nesta sexta-feira (10) e não mais na manhã de hoje, 9 de setembro, como estava prevista na programação da mobilização, em Brasília.
A decisão tem como objetivo garantir a vida das mulheres, anciãs, jovens e crianças presentes, na mobilização que acontece desde o dia 7 de setembro, na capital federal, com a participação de mais de 5 mil pessoas de 172 povos, de todas as regiões do país.
Grupos extremistas, fascistas, armados, muitos identificados com camisetas escrito Agro seguem invadindo a Esplanada dos Ministérios, com olhares coniventes do governo do GDF (Governo do Distrito Federal) e em apoio a Jair Bolsonaro. Em virtude disso, a Esplanada está bloqueada.
A nós interessa saber quem é o agro que financia esses criminosos? Quem são os golpistas que querem a todo custo impedir o Supremo Tribunal Federal de julgar o processo da Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ do povo Xokleng, que marcará definitivamente a política de demarcação de terras no Brasil?
Viemos de todo o país realizar nosso encontro de mulheres, em um diálogo sobre as nossas pautas e acompanhar o que pode ser o julgamento mais importante para os direitos indígenas no país em décadas. O Marco temporal é uma aberração jurídica, elaborada por aqueles que financiam essas manifestações antidemocráticas, e que a todo custo, historicamente, tentam calar nossa voz, subjugar nossos corpos, assim como já fizeram no passado.
Todos os olhos do mundo estão voltados hoje para o Brasil, perplexos. A imprensa nacional e internacional está acompanhando a nossa mobilização, repercutindo em todo o mundo a nossa luta e o que pode acontecer.
Jamais aceitaremos que nossas mulheres e povos sejam submetidos novamente a tamanha violência! Esses capítulos são páginas de um passado, que estamos reescrevendo com a nossa luta, a partir do chão dos nossos territórios.
A II Marcha das Mulheres Indígenas sairá amanhã do nosso acampamento, para as ruas, com nossos corpos e nossas vozes ecoantes na luta por justiça, por liberdade e pela demarcação de nossas terras sagradas ancestrais.
Jamais aceitaremos o arbítrio do governo genocida. Fora Bolsonaro
Marco Temporal Não
Demarcação JÁ
Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
Organizações regionais de base da APIB:
APOINME – Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo
ARPIN SUDESTE – Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste
ARPINSUL – Articulação dos Povos Indígenas do Sul
ATY GUASU – Grande Assembléia do povo Guarani
Comissão Guarani Yvyrupa
Conselho do Povo Terena
COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
Foto/crédito : Juliana Pesqueira / Proteja Amazônia
Fonte : site Jubileu Sul Brasil