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Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa nos céus

Confira a reflexão do evangelho para o próximo domingo. O texto fala sobre Mateus 5,1-12, e pertence ao Pe. Tomaz Hughes (em memória).

Boa leitura!

Esses primeiros versículos do capítulo 5 de Mateus servem, ao mesmo tempo, como introdução e resumo do Sermão da Montanha (Mateus 5–7). Apresentam-nos um retrato das qualidades da discípula e do discípulo de Jesus, daqueles que, no seguimento dele, procuram viver os valores do Reino de Deus.

Basta uma leitura superficial para ver que o projeto do Reino está na contramão da proposta da sociedade vigente, seja no tempo de Jesus, bem como de hoje. Embora de uma forma menos contundente do que Lucas (cf. Lucas 6,20-26), o texto de Mateus deixa claro que o seguimento de Jesus exige uma mudança radical na nossa maneira de pensar e de viver.

Um primeiro elemento que chama a atenção é o fato de que a primeira e a última bem-aventurança estão com o verbo no presente: o Reino já é dos pobres em espírito e dos perseguidos por causa da justiça. Na verdade, os pobres e os perseguidos por causa da justiça são as mesmas pessoas, pois os que buscam a justiça são “pobres em espírito”. Eles já vivem a dependência total de Deus, pois só com Ele esses valores podem vigorar. Mas quem luta pela justiça será perseguido, e quem não se empenha nessa luta jamais poderá ser “pobre em espírito”.

As outras bem-aventuranças traçam as características de quem é pobre em espírito. É aflito, por causa das injustiças e do sofrimento dos outros, causados por uma sociedade materialista e consumista. É manso, não no sentido de ser passivo, mas porque não é movido pelo ódio e pela violência que marcam a ganância e a truculência dos que dominam, “amansando” as pessoas pobres e fracas.

Não tem fome da justiça dos homens, que tantas vezes não passa de uma legitimação oficial da exploração e de privilégios, mas da justiça do Reino. Tem coração compassivo, como o próprio Pai do Céu. É “puro de coração”, sem ídolos e falsos valores. Promove a paz, não “a paz que o mundo dá” (cf. Jo 14, 27), mas o “shalom”, a paz que nasce do projeto de Deus, quando existe a justiça do Reino. Cumpre lembrar a frase de Paulo VI: “Justiça é o novo nome da paz”.

Mas Jesus deixa claro que assumir esse projeto de justiça tem consequências: perseguições! É que um sistema baseado em valores antievangélicos não pode aguentar quem contesta a justiça e a questiona. Disso são testemunhas os mártires do nosso continente. Qualquer igreja cristã, que é bem aceita e elogiada pelo sistema hegemônica, precisaria questionar-se sobre a sua fidelidade à vivência das bem-aventuranças do Sermão da Montanha. O martírio, que na sua raiz significa “testemunho”, é a pedra-de-toque dessa fidelidade. Nem sempre, o martírio se dá pela morte física. Muitas vezes, porém, ele se dá pela morte lenta imposta pelo egoísmo, pelas ideologias de dominação, pela calúnia, pela mentira ou por julgamentos injustos. É consequência de uma vivência fiel à luta pela justiça do Reino de Deus. É a concretização da declaração de Jesus: “quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga” (Mateus 16,24).

Este domingo não é somente para recordar as pessoas martirizadas no passado por viverem santamente. A festividade de hoje não é somente para recordamos os nomes e as façanhas das pessoas que são modelos de santidade para nós. Porém, ela é um convite para que lembrarmos tantas pessoas, de todas as etnias, culturas e religiões, que viveram a santidade no anonimato das suas vidas diárias, vivenda na fidelidade aos valores do Reino. O grande milagre que mostra a santidade é a vivência fiel em busca do bem, na dedicação à família, à comunidade e à sociedade, sempre procurando cumprir a vontade de Deus, seja qual for a nossa experiência com ele. Se examinarmos as nossas vidas, veremos que já conhecíamos muitas pessoas santas, cujos nomes jamais serão conhecidos mundialmente, mas que serviram como exemplo de vivência dos verdadeiros valores evangélicos para nós.

Que a celebração deste domingo nos anime na busca da vivência fiel dos valores do Evangelho, não em grandes milagres, mas no dia a dia de nossa vocação, seja ela qual for.

Texto partilhado pelo autor.

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