por Thaís Chaves via Carta Capital*
Para o ministro, as mulheres são melhores que os homens e, por isso, precisam de mais proteção
Na tarde desta quarta-feira 7, o Ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro defendeu que “os homens se sentem intimidados” em relação às mulheres. A fala aconteceu no lançamento do Pacto pela Implementação de Políticas Públicas de Prevenção e Combate à Violência contra Mulheres.
O evento, realizado em celebração aos 13 anos da Lei Maria da Penha, teve a presença da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves, da procuradora-geral da República Raquel Dodge e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.
Durante seu discurso, o ex-juiz afirmou que os homens perceberam que “o mundo está mudando e, por conta dessa intimidação, infelizmente, por vezes, recorremos à violência para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe”.
O ministro ainda disse que anteriormente acreditava que políticas de proteção às mulheres eram necessárias por elas serem ‘vulneráveis’. Ele explica que hoje tem o entendimento de que as políticas são necessárias pelo fato de as mulheres serem fortes e estarem em maior número. “Mulheres são melhores, mas precisam de proteção maior, até por essa condição”, explicou.
Talvez nós, homens, nos sintamos intimidados pelo crescente papel da mulher em nossa sociedade. Por conta disso, parte de nós recorre, infelizmente, à violência física ou moral para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe.
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 7, 2019
Ao discursar, a procuradora Raquel Dodge citou a escritora Clarice Lispector: “Liberdade é pouco. O que queremos ainda não tem nome”. “Sim, liberdade é pouco. O que queremos é dignidade”, defendeu.
Damares Alves citou ao final do evento os dados de 2018 do Disque 180. No ano passado, foram 92 mil denúncias de violência contra a mulher. Segundo a ministra, neste ano já foram realizadas 42 mil relatos.
“Tenho um recado para os agressores: acabou a palhaçada no Brasil. Estamos todos unidos contra a violência contra a mulher”, esbravejou Damares.
–
Por Thaís Chaves, Estagiária de Jornalismo de CartaCapital.com.br.
Foto de capa: Jorge William / Agência O Globo