Confira a reflexão do evangelho para o próximo domingo, 26 de agosto. O texto comenta sobre João 6,60-69, e pertence a José Antônio Pagola.
Boa leitura!
O evangelho de João conservou a recordação de uma forte crise entre os seguidores de Jesus. Não temos dados. Apenas nos é dito que aos discípulos lhes resulta duro o Seu modo de falar. Provavelmente parecia-lhes excessivo a adesão que espera deles. Num determinado momento, “muitos discípulos retiraram-se e já não iam com Ele”.
Pela primeira vez experimenta Jesus que as Suas palavras não têm a força desejada. No entanto não as retira, pelo contrário reafirma-as ainda mais: “As palavras que vos disse são espírito e vida, mas alguns de vós não acreditam”. As Suas palavras parecem duras, mas transmitem vida, fazem viver, pois contêm Espírito de Deus.
Jesus não perde a paz. Não o inquieta o fracasso. Dirigindo-se aos Doze faz-lhes a pergunta decisiva: “Também vós quereis partir?”. Não os quer reter pela força. Deixa-lhes a liberdade de decidir. Os Seus discípulos não hão-de ser servos, mas amigos. Se querem, podem voltar a suas casas.
Uma vez mais, Pedro responde em nome de todos. A sua resposta é exemplar. Sincera, humilde, sensata, própria de um discípulo que conhece Jesus o suficiente como para não o abandonar. A sua atitude pode todavia hoje ajudar a quem com fé vacilante pondera prescindir de toda a fé.
“Senhor, a quem iriamos?”. Não tem sentido abandonar Jesus de qualquer forma, sem encontrar um mestre melhor e mais convincente. Se não seguem Jesus, ficarão sem saber a quem seguir. Não devem precipitar-se. Não é bom ficar sem luz nem guia na vida.
Pedro é realista. É bom abandonar Jesus sem ter encontrado uma esperança mais convincente e atrativa? Bastará substitui-lo por um estilo de vida rebaixado, sem metas nem horizonte? É melhor viver sem perguntas, questões, nem busca de nenhum tipo?
Há algo que Pedro não esquece: “As Tuas palavras dão vida eterna”. Sente que as palavras de Jesus não são palavras vazias nem enganosas. Junto Dele descobriram a vida de outra forma. A Sua mensagem abriu-lhes a vida eterna. Onde poderiam encontrar uma notícia melhor de Deus?
Pedro recorda, por último, a experiência fundamental. Ao conviver com Jesus descobriu que vem de Deus. De longe, à distância, desde a indiferença ou o desinteresse não se pode reconhecer o mistério que está em Jesus. Os Doze conviveram de perto. Por isso podem dizer: “Nós acreditamos e sabemos que tu és o Santo de Deus”. Seguirão junto a Jesus.
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Comentário do evangelho por Pe. José Antonio Pagola. Traduzido por Antonio Manuel Álvarez Perez.
Partilha de Ir. Maria Liani Postai csc: Agradecemos aos seus autores por sua generosidade na partilha de seus dons! Neste 4º domingo do mês Vocacional, saudamos e agradecemos a todos os e as catequistas e cristãos Leigos e Leigas engajados nas Comunidades Cristãs, por seu testemunho de fé e por toda a missão exercida na evangelização e animação das Comunidades.