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Carta de Salvador reflete direitos das juventudes

Carta de Salvador reflete direitos das juventudes
Partilhamos a “Carta de Salvador”, síntese do último Encontro Nacional da REJU, que aconteceu em Salvador, entre os dias 5 e 8 de dezembro, na sede da CESE, tendo como tema de reflexão “As conexões em rede e a garantia de direitos das juventudes”. Acompanhe a carta na íntegra.

Nós, juventude ecumênica, participantes da REJU, estivemos reunid@s para o Encontro Nacional em Salvador/BA de 05 a 08 de dezembro do ano de 2013 na sede da CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço. “As conexões em rede e a garantia de direitos das juventudes” foi o tema que nos guiou durante esses quatro dias. Para a atividade, recebemos o apoio da CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço, da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço e da ICCO – Cooperación.

O Encontro Nacional teve como objetivo: i) vivenciar a experiência de ser rede ecumênica pela promoção dos direitos das juventudes; ii) partilhar as diferentes experiências das regionais da REJU, buscando um maior conhecimento das realidades da rede e a possibilidade de diferentes articulações; iii) refletir sobre a conjuntura atual, a partir das realidades de juventudes, pautando a incidência política e a garantia de direitos; e iv) celebrar uma mística da acolhida, da valorização e do respeito, na superação das intolerâncias.

A escolha de Salvador como sede do encontro deste ano, teve como intenção o fortalecimento e a ampliação da atuação da rede no Nordeste, especialmente na REJU-BA. Além disto, também existiu o desejo de ampliar os diálogos e parcerias com outras redes e movimentos deste contexto, incluindo as conexões e interações realizadas em outras regionais, como as parcerias com a Pastoral de Juventude (PJ-ICAR), a Pastoral de Juventude do Conselho Latino-Americano de Igrejas (PJ-CLAI), a Marcha Mundial de Mulheres, o Levante Popular da Juventude, a Igreja Batista de Nazareth e Aliança de Batistas, a Rede de Protagonistas em Ação de Itapagipe (REPROTAI) e o Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE).

Nós jovens, tivemos a possibilidade de partilhar as experiências e a atuação da REJU, por meio das tendas regionais; e a oportunidade de participar dos vivenciais celebrativos e da biodança. Em todos os nossos passos e inquietações, a espiritualidade se fez uma presença.

Em cada Encontro Nacional, celebramos as nossas utopias e histórias em comunidade, guiando-nos pelos ventos que nos envolvem e nos conduzem aos sonhos e ações diárias que buscam uma casa-comum realmente justa, casa de todas as gentes.

Quanto aos desafios das juventudes e incidência política na garantia de direitos, partilhamos nossas perspectivas. O enfrentamento à violência contra a juventude negra, a desmilitarização da polícia, o patriarcado, a homofobia, a intolerância religiosa, a democratização dos meios de comunicação, a luta do povo negro e as “jornadas de junho” foram temas pontuais e importantes levantados em nosso encontro. Como destaque, sinalizamos que as intolerâncias e injustiças ferem a nossa casa-comum e são estruturadas a partir de um tripé: patriarcado, racismo e capitalismo. Junto a isto, apontamos a ambiguidade das experiências religiosas, que podem tanto legitimar estas intolerâncias e injustiças que estruturam a nossa sociedade, como podem trazer caminhos para a promoção de direitos e a construção de outros modos de viver, guiando-se a partir de distintas espiritualidades, como temos vivenciado nas experiências enquanto REJU, em um movimento: anti-patriarcado, anti-racismo e anti-capitalismo.

Para nós, esta articulação acontece a partir de nossa organização em redes. Outro diálogo que realizamos em nosso Encontro Nacional. O desafio posto a partir das novas configurações da sociedade e da ação política, passa pela capacidade de se articular lutas particulares com eixos de convergência e unidade; pela procura permanente de uma organização sustentada na horizontalidade, valorizando as conexões entre as pessoas, a lógica descentrada, a multiliderança, com outras comunidades de pertença e outras narrativas. O trabalho em rede mostra-se como uma capacidade de colocar comunidades e vivências de espiritualidade distintas, mas conectadas, na luta e promoção dos direitos das juventudes.

Com estas perspectivas, nos reunimos em regionais para avaliarmos as ações realizadas em 2013 e planejarmos o ano de 2014, revisitando e reafirmando os quatro eixos de atuação propostos para o biênio 2013/2014, sinalizados na “Carta de São Paulo”: 1) Juventude e Equidade de Gênero; 2) Juventude e Superação de Intolerâncias; 3) Enfrentamento à violência contra a juventude negra; e 4) Juventude e justiça socioambiental.

Por fim, celebramos e partilhamos a vida! Jovens de distintas experiências religiosas que se encontraram com o objetivo de ser rede na garantia dos direitos das juventudes, buscando interfaces com outros agrupamentos juvenis e sociais, sonhando outros mundos e lutando, a partir das distintas vivências de espiritualidade, pela justiça – o pulsar de nossa fé.

Rede Ecumênica da Juventude – REJU

Pela Promoção dos Direitos Juvenis

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