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Natividade

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O povo que andava nas trevas, no caos e na escuridão (Is 9,2)

das ruas, dos becos, dos morros, das grotas

do genocídio em Gaza, do Caribe embargado, da América sofrida

dos escombros e das casas tombadas pela mineração assassina

dos açoites, torturas e violências por causa de sua cor, gênero, raça

dos presídios, dos mocambos, dos cortiços, dos canaviais e das periferias

viu uma grande luz (Is 9,2)

da teimosa esperança

na força dos pobres

na resistência das mulheres

na luta da Diversidade de gênero

no encontro de pessoas comprometidas com a vida

e na descoberta das divindades presentes nos corpos das outras pessoas

A divindade da Vida que me vê e na água do poço eu a vejo em mim (Gn 16,13).

Sobre os que habitavam na região da sombra da morte (Is 9,2)

empobrecida e faminta gente

violentadas pelo poder do lucro e a exploração dos corpos

marcadas pelo descaso e abusos do poder de morte e das tiranias

resplandeceu a luz (Is 9,2)

da justiça, da solidariedade

do amor que vence todo o medo (1Jo 4,18) e não solta a mão de ninguém

pois o amor é de Deus e toda a pessoa que ama nasceu de Deus e conhece a Deus (1Jo 4,7).

Neste tempo de Natividade, nascimento de Deus desde a fraqueza humana

Não fomos nós que amamos a Deus,

mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu filho (1Jo 4,10).

Nasce Deus desde o encontro de mulheres e parteiras da vida que profetizam a justiça, a esperança de tempos novos, a derrocada dos poderosos e a construção de resistências

Do encontro de grávidas, Isabel e Maria (Lc 1-2). Comadres do dia a dia

servidoras da vida e passarinhas de ternura.

Nasce Deus desde a luta das mulheres e suas histórias na contramão dos patriarcalismos

como Tamar, Raab, Rute, Betsabéia e Maria.

Nasce Deus em casa e sempre nas andanças e nos seus êxodos

Caminhos de liberdade e busca por vida nova distante dos opressores e destruidores da vida.

Nasce Deus nas manjedouras e nos estábulos.

a dar comida aos famintos e despedir os ricos de mãos vazias

a consolar os aflitos e derrotar os injustos e violentos

a dar justiça aos pobres e desvalidos e condenar os opressores

a libertar os cativos

e ser boa notícia e vida para as gentes.

O Conselho Nacional do CEBI

Deseja a todas as pessoas que habitam o coração de Deus

e estendem as suas mãos em compartir vida

o nascer de Deus na vida pelas vidas.

 

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