Reflexão do Evangelho

A chegada do Reino de Deus e a aparição do Filho do Homem

Comentário do evangelho sobre Marcos 13,24-32 por Carlos Mesters e  Mercedes Lopes.

Boa leitura!

Mc 13,24-27: A chegada do Reino de Deus e a aparição do Filho do Homem

A grande pergunta que fica é esta: o que vai acontecer depois da destruição de Jerusalém? Será que o mundo vai acabar? Será que a história vai continuar? Jesus responde com imagens tiradas da profecia de Daniel (Dn 7,1-14). Daniel diz que, depois das desgraças causadas pelos reinos deste mundo, virá o Reino de Deus. Os reinos deste mundo, todos eles, têm figura de animal: leão, urso, pantera e besta-fera (Dn 7,3-7). São reinos animalescos, desumanizam a vida, até hoje! O Reino de Deus, porém, aparece com o aspecto de Filho do Homem, isto é, com aspecto de gente (Dn 7,13). É um reino humano. Construir este reino que humaniza é a tarefa do povo das comunidades. É a nova história que devemos realizar e que deve reunir gente dos quatro cantos do mundo.

Marcos 13,28-32: No fim, Jesus dá três conselhos

Primeiro, com a parábola da figueira. É como se dissesse: “Aprendam das árvores como ler os sinais dos tempos para descobrir onde Deus está atuando e chagando!” (Mc 13,28-31). Em seguida, fala bem claramente sobre o dia e a hora do fim do mundo: “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!” (Mc 13,32). Finalmente, uma última advertência de vigilância. “O que digo a vocês, digo a todos: fiquem bem vigilantes!” (Mc 13,33-37).

Alargando

A vinda do Messias e o fim do mundo

Hoje, muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Alguns, lendo o Apocalipse de João, chegam a predizer a data exata do fim. Durante muitos séculos se dizia: “De 1000 passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a chegada do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim não chegou! A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos.

Elas viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para transformar a história injusta do mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso do céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Havia até pessoas que já nem trabalhavam mais, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. Assim pensavam. Mas até hoje a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? Nas ruas das cidades, a gente vê pintado nas paredes “Jesus voltará!” Vem ou não vem? E como será a vinda?

Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará!” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja! No Novo Testamento, porém, a volta de Jesus sempre é motivo de alegria e de paz! O medo é para os que oprimem e exploram o povo. Para os explorados e oprimidos, a vinda de Jesus é uma Boa Notícia!

Quando vai acontecer essa vinda? Entre os judeus, as opiniões eram variadas. Os saduceus e os herodianos diziam: “Os tempos messiânicos já chegaram!” Achavam que o bem-estar deles durante o governo de Herodes fosse expressão do Reino de Deus. Por isso, não queriam mudança e combatiam a pregação de Jesus que convocava o povo a mudar e a converter-se. Os fariseus diziam: “O Messias ainda deve chegar! Vai depender do nosso esforço na observância da lei!” Os essênios diziam: “O Reino prometido só chegará quando tivermos purificado o país de todas as impurezas.”

Entre os cristãos havia a mesma variedade de opiniões. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1Ts 4,13-18; 2Ts 2,2). Paulo responde que não é tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisa: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Provavelmente, eram uns preguiçosos que, na hora do almoço, iam mendigar a comida na casa do vizinho. Outros cristãos eram de opinião que Jesus só voltaria depois que o evangelho fosse anunciado no mundo inteiro (At 1,6-11). E achavam que, quanto maior o esforço de evangelizar, mais rápido viria o fim deste mundo. Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca!” (1Pd 3,4). Outros, baseando-se em palavras do próprio Jesus, diziam acertadamente: “Ele já está o meio de nós!” (Mt 25,40).

Hoje acontece o mesmo. Tem gente que diz: “Do jeito que está, está bem, tanto na Igreja como na sociedade!” Eles não querem mudança. Outros esperam pela volta imediata de Jesus. Outros acham que Jesus só voltará através do nosso trabalho e anúncio. Para nós, Jesus já está no nosso meio (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. Mas a plenitude ainda não chegou. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25).

Texto partilhado pelo autor e pela autora.

Ilustração de capa: Luis Henrique Alves Pinto

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