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CEBI 39 anos: paixão pela Palavra, paixão pela Vida

O jeito de ler a Bíblia no Brasil e na América Latina segue o ardor missionário e comprometido com a luta dos Pobres. Esse modo popular se coloca junto aos ventos novos que sopram, a fim de instaurar eclesialidades abertas ao diálogo, e à busca da construção do Reino. Este novo jeito de se achegar às Escrituras teve os seus marcos iniciais, seus avanços, recuos, embates e enfrentamentos. O aggiornamento provocado pelo Concílio Vaticano II, a missão e eclesialidade redimensionada pelo protestantismo histórico, fazem ecoar a força social e espiritual da leitura da Bíblia a partir dos/as oprimidos/as.

A Bíblia lida a partir das experiências do povo desafiou as Igrejas. Desde 1976 e 1977, o Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos começa a fazer parte das buscas e anseios de muitos agentes e líderes religiosos, e “nasceu pobre e sem palácios”, numa pequena sala no Convento que marca a chegada da Ordem do Carmo no Brasil (em 1580).

A fundação do CEBI

Foi esta pequena sala do Convento de Angra dos Reis que acolheu as orações e a reza do Salmo das Bem-aventuranças (Sl 146), feita pelo Pastor Iranildes e por Frei Carlos Mesters. Era 26 de junho de 1978. Somente no dia 20 de Julho de 1979, há exatamente 39 anos, no dia religioso da festa do profeta Elias, que nasce juridicamente o CEBI para ser Serviço Ecumênico da Palavra para as Comunidades.

É o resgate do princípio da Reforma no século XVI, ao colocar a Bíblia nas mãos do povo, onde prevalece não a “leitura privada” das Escrituras, mas o estudo popular e comunitário que irá marcar a Igreja dos Pobres e a atuação de grupos em situações concretas nos bairros, nos sindicatos, nas ruas e dentro das próprias igrejas.

Frei Carlos Mesters, andarilho da Palavra e caixeiro-viajante, divulgou o método de leitura da Bíblia a partir de três ângulos: Realidade – Texto – Comunidade. Como “Flor sem Defesa”, a leitura da Bíblia a partir da vida do povo, impulsionou uma tarefa grandiosa para quem quer conhecer e entender a Bíblia: fazer uma leitura ecumênica, militante e libertadora. O vento soprou e foi surgindo aos poucos no Brasil uma nova teologia bíblica que vem do chão, onde a semente da Palavra foi lançada: Teologia que vem do povo, que retomou a Bíblia em suas mãos e começou a ler a Palavra de Deus partindo dos problemas da sua vida e da sua luta.

“Com ou sem a ajuda do Centro Bíblico, esta nova leitura da Bíblia que o povo está fazendo existe por aí, espalhada pelo Brasil, como um dom da ação do Espírito Santo, como fruto da luta do povo e como resultado da caminhada das comunidades inseridas nessa luta. Comunidades que procuram alimentar a sua luta na Palavra de Deus. O que o Centro Bíblico pretendeu e pretende fazer é colocar-se a serviço dessa leitura ou interpretação que está acontecendo. A Palavra de Deus é que convoca, anima, sustenta e orienta a Igreja. Ela está na origem, no meio e no fim da caminhada. Ela é a semente e, por isso, fica debaixo do chão. O Centro Bíblico é para ficar debaixo do chão, quase no invisível, perceptível só nos seus efeitos e frutos. Não dever ser uma peça a mais na organização das comunidades, mas deve ser como um lubrificante no motor das comunidades” (Carlos Mesters).

A leitura da Bíblia a partir do povo é uma leitura que tem os pobres como intérpretes, onde, por um lado, o texto é incorporado à sua vida e sua vida ao texto e, por outro, o texto é percebido como fruto de uma comunidade que luta pela vida, que crê em um Deus da Vida. Carlos Mesters, Jether Ramalho, Iranildes, Agostinha, Clotilde, Milton Schwantes, e tantas assessoras e assessores nos ajudaram a ensaiar e dar os primeiros passos, correlacionando os “fatos da vida” com os “fatos da Bíblia”. E sobretudo, nos encorajaram a acreditar nos pequenos como leitores privilegiados da memória da Palavra.

O CEBI no início de seu caminhar para os seus 40 anos (junto com a Igreja e a Opção pelos Pobres em Puebla) quer reforçar nas lutas cotidianas a força da Bíblia a iluminar as ações de diferentes frentes de luta por transformação da vida degradada e desumanizada:

  • a luta indígena (CIMI)
  • a luta pela terra e reforma agrária (CPT e MST),
  • as lutas pelas causas dos trabalhadores (CPO),
  • a educação e emancipação de militantes cristãos (CESEEP, Koinonia e ISER),
  • a luta das mulheres marginalizadas (Pastoral da Mulher Marginalizada)
  • e de homens e mulheres violentadas/os a cada dia por sua orientação sexual (movimentos e lutas LGBTs),
  • a defesa dos menores (Pastoral do Menor)
  • e dos Moradores de Rua

entre outras tantas pastorais e movimentos espalhados pelo Brasil e América Latina.

São 39 anos de paixão pela Palavra e de Serviço pela Vida!
Viva o CEBI!

Texto da diretoria do CEBI: Rafael Rodrigues da Silva, Lucia Dal Pont e Maria de Fátima Castelan.

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