Notícias

Meditação da semana: A Mãe Terra e o cuidado

Planeta perde 33 mil hectares de terra fértil por dia
Leia reflexão de Marcelo Barros para esta semana:

No calendário da ONU, o dia 22 de abril é o Dia Internacional da Mãe Terra. Esse dia foi criado para recordar a urgência de um cuidado maior com o planeta, “nossa casa comum”. De fato, no ano 2000, a Carta da Terra nos fazia essa advertência:

“Estamos num momento crítico da história da Terra, na qual a humanidade deve escolher o seu futuro…A escolha nossa é: ou formamos uma aliança global para cuidar da Terra e cuidarmos uns dos outros ou arriscamos nossa própria destruição e a da diversidade da vida”(Preâmbulo).

Essa mesma proposta, o papa Francisco retoma em sua carta sobre o cuidado com a Terra.

Atualmente, no mundo inteiro, os grupos comprometidos com o futuro da humanidade e os movimentos sociais estão de acordo: a sustentabilidade da vida e do planeta devem ocupar o primeiro lugar em nossas preocupações e compromissos sociais. E esse cuidado com a Terra não pode acontecer apenas porque se a Terra se tornar inabitável, a primeira vítima dessa tragédia seremos nós mesmos, seres humanos. É claro que não podemos ser indiferentes a essa constatação. No entanto, eticamente, a Terra e a natureza têm direitos à sua integridade e a vocação humana é sermos os jardineiros da criação e não seus assassinos.

No Brasil em que vivemos, conforme o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, que monitora a devastação da floresta, em 2017, o desmatamento na Amazônia cresceu quase 30%. É o pior resultado desde 2008. Pará, Rondônia e Mato Grosso foram os estados que mais desmataram. Todos os biomas brasileiros correm risco sérios de não cumprirem mais o seu papel de úteros da vida e das águas. Isso afeta o clima em todo o planeta, ameaça a renovação das águas e põe em risco toda a vida no planeta. O conhecido biólogo Edward O. Wilson escreve: Num grama de terra ou seja, em menos de um punhado, vivem cerca de dez bilhões de bactérias pertencentes até a seis mil espécies diferentes”.

A Terra é Mãe fecunda.

No entanto, cientistas de todo o mundo confirmam: esse modelo de desenvolvimento depredador de tal forma destrói a natureza que a Terra ultrapassou em 40% sua capacidade de reposição dos recursos necessários para as demandas humanas. Neste momento, mesmo se não nos damos conta disso, estamos esgotando o sistema de vida na Terra mais do que ela é capaz de renová-lo. As consequências disso já são desastrosas, mas, como adverte a Carta da Terra, em breve, podem ser fatais. Na encíclica Laudato sii, o papa propõe como saída para esse impasse uma aliança da humanidade pela vida. Concretamente, sugere que essa aliança seja motivada e conduzida por uma unidade das religiões e tradições espirituais em defesa da Terra.

De fato, desde os tempos mais antigos, as culturas e religiões sempre têm testemunhado a crença na Terra como Grande Mãe, Magna Mater, Inana e Pachamama. Os povos originários de ontem e de hoje tinham e têm clara consciência de que a Terra é geradora de todos os viventes. Somente um ser vivo pode produzir vida em suas mais diferentes formas. A Terra é, pois, nossa Mãe universal. Embora ela não seja um ser vivo como nós ou como os animais, ela se constitui como uma espécie de organismo vivo que respira e é capaz de sentir o nosso amor. Hoje, cada vez mais a própria Ciência se detém admirada ao perceber o mistério que encerra a vida no planeta. De acordo com as descobertas e conclusões da Ciência, o planeta Terra existe há 4, 4 bilhões de anos.

Num momento avançado de sua evolução, de sua complexidade e de sua auto-organização, começou a sentir, a pensar e a amar. Foi quando emergiu o ser humano. Em seu discurso à assembleia geral da ONU (2009), Leonardo Boff afirmou:

“Com razão nas línguas ocidentais homo/homem vem de húmus, terra fecunda. E em hebraico Adam se deriva de adamah, terra cultivável. Por isso, o ser humano é a própria Terra que anda, que sente, que pensa e que ama, como dizia o poeta indígena e cantador argentino Atahualpa Yupanqui”.

Durante séculos e séculos, em todo o mundo, prevaleceu essa visão da Terra como Mãe cuidadosa da Vida. Ela começou a desaparecer com o surgimento do que se chamou “espírito científico” no século XVI e com o desenvolvimento do sistema capitalista. A partir de então, a Terra começou a ser considerada como uma realidade sem espírito, mero reservatório de recursos naturais, disponíveis para a acumulação e o consumo humano. Tornou-se apenas uma mercadoria, entregue ao ser humano para ser submetida, mesmo com violência.

Neste novo paradigma não se coloca a questão dos limites de suporte do sistema-Terra nem dos bens e serviços naturais não renováveis. Pressupunha-se que os recursos seriam infinitos e que poderíamos ir crescendo ilimitadamente na direção do futuro. O que efetivamente é uma grande ilusão. Estamos agora sofrendo as consequências dessa visão mercantil. É urgente mudarmos o nosso modo de ver a Terra. É preciso retomarmos nossos sentimentos mais profundos: cultivar a compaixão e os sonhos que nos inspiram ações salvadoras. Nossa missão, no conjunto dos seres, é a de ser os guardiães e cuidadores desta sagrada herança que recebemos do universo: a Terra, nossa Mãe.

Conforme a Bíblia, a ressurreição de Jesus inaugurou uma renovação de toda a criação. Ela é salva e resgatada como a humanidade. Quem crê é convidado/a a olhar a Terra com tudo o que ela contém como um grande corpo cósmico de Deus a nos abrigar e acolher em seu regaço maternal.

Texto partilhado pelo autor.

 

situs judi bola AgenCuan merupakan slot luar negeri yang sudah memiliki beberapa member aktif yang selalu bermain slot online 24 jam, hanya daftar slot gacor bisa dapatkan semua jenis taruhan online uang asli. idn poker slot pro thailand

Seu carrinho está vazio.

×