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A família não é intocável [José Antonio Pagola]

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus capítulo 10, 37-42 que corresponde ao 13º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Com frequência, nós crentes temos defendido a “família” no abstrato, sem pararmos para refletir sobre o conteúdo concreto de um projeto familiar entendido e vivido desde o Evangelho. E, no entanto, não basta defender o valor da família sem mais, porque a família pode traduzir-se de formas muito diferentes na realidade.

Há famílias abertas ao serviço da sociedade e famílias debruçadas sobre os seus próprios interesses. Famílias que educam no egoísmo e famílias que ensinam solidariedade. Famílias libertadoras e famílias opressoras.

Jesus defendeu com firmeza a instituição familiar e a estabilidade do matrimônio. E criticou duramente os filhos que se desentendem com os seus pais. Mas a família não é para Jesus algo absoluto e intocável. Não é um ídolo. Há algo que está acima e é anterior: o reino de Deus e a Sua justiça.

O decisivo não é a família de carne, mas essa grande família que temos de construir entre todos os Seus filhos e filhas, colaborando com Jesus em abrir caminhos ao reino do Pai. Por isso, se a família se converte em obstáculo para seguir Jesus neste projeto, Jesus exigirá a ruptura e o abandono dessa relação familiar: “O que ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim. O que ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim”.

Quando a família impede a solidariedade e a fraternidade com os outros e não deixa os seus membros trabalharem pela justiça querida por Deus entre os homens, Jesus exige uma liberdade crítica, mesmo que isso traga consigo conflitos e tensões familiares.

São as nossas casas uma escola de valores evangélicos como a fraternidade, a procura responsável de uma sociedade mais justa, a austeridade, o serviço, a oração, o perdão? Ou são precisamente lugar de “des-evangelização” e correia de transmissão dos egoísmos, injustiças, convencionalismos, alienações e superficialidades da nossa sociedade?

Que dizer da família onde se orienta o filho para um status egoísta, uma vida instalada e segura, um ideal do máximo lucro, esquecendo tudo mais? Se está educando o filho quando o estimulamos apenas para a competição e a rivalidade, e não para o serviço e a solidariedade?

É esta a família que tem de defender os católicos? É esta a família onde as novas gerações podem escutar o Evangelho? Ou é esta a família que também hoje temos de “abandonar”, de alguma forma, para sermos fiéis ao projeto de vida querido por Jesus?

Fonte: Publicado pelo Instituto Humanitas, 30/06/2017.

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