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Mateus 28.16-20: A Trindade Santa [Raymond Gravel]

Mateus 28.16-20: A Trindade Santa [Raymond Gravel]
Deus não poderia fazer outra coisa senão amar. Fazer discípulos não é recrutar mão de obra ou procurar aderentes. Antes de qualquer coisa, trata-se de ir. O único mandamento é amar!

A reflexão a seguir é de Raymond Gravel, sacerdote de Quebec, Canadá, publicada no sítio Culture et Foi, comentando as leituras do Domingo da Santíssima Trindade (3 de junho de 2012). A tradução é de Susana Rocca.

Eis o texto.

Cada ano, após Pentecostes, desde o século XIV, nós celebramos a festa da Trindade Santa: a festa de Deus, o Deus único e trino, o Deus em pessoas. Eu lia o comentário de Gérard Sindt na revista Signes d’aujourd’hui, que dizia: “O nosso Deus é um Deus pessoal. Em Cristo, nós descobrimos Deus em pessoas (no plural), que nos ensina a nossa personalidade relacional” e – eu acrescentaria – comunional. De fato, Deus é relação e comunhão com a sua criação, conosco. E por que isso? Simplesmente porque Deus é Amor. Deus é único, ele é Pai, Filho e Espírito Santo. Ele não é solidão, mas comunhão perfeita, pois é Amor (1Jo 4,8.16). Eis aí a grande revelação que Cristo nos trouxe: o Ser de Deus é o Amor em estado puro. Então, Deus não poderia fazer outra coisa senão amar. De fato, o amor não existe se não for movimento, reciprocidade, dom, acolhida, relação e comunhão. Na história, Deus não cessou de se revelar e ele continua a fazê-lo hoje, pois ele é a Fonte de Amor, que dá a vida, que se multiplica, que se expande e nos faz descobrir sempre mais Deus.

Para falar em Deus, precisamos defini-lo como relação, dom, partilha, comunicação, intercâmbio, comunhão. A única maneira de alcançar a totalidade é necessariamente três pessoas em Deus, porque o Amor tem isto de particular: é preciso que exista um terceiro. “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo 13,34; 15,12). O Amor não se volta àquele que ama; dá-se a outro. Daí seu crescimento e a sua fecundidade. O também Amor não se fusiona. Ele estabelece uma relação interpessoal. É o que faz dizer ao padre francês Léon Paillot: “Deus, nosso Deus é essencialmente relação, intercâmbio. Mas é preciso uma terceira pessoa para que todos os Eu se tornem um Nós”.

Não podemos falar de um Deus Pai sem que haja uma relação de amor com um dos filhos gerados por ele. E se não houvesse nada além do Pai e o Filho, poderíamos pensar que eles se bastariam a si próprios: o Pai dá a vida e o Filho a recebe… Porém, isso faria um Deus limitado, centrado em si próprio. E, portanto, diz o teólogo Gérard Sindt: “Deus, na Bíblia, tende ao descentramento de si próprio, e é o Espírito que é o operador. Ele é a fecundidade operacional de Deus, a sua feminilidade e a sua maternidade. A feminilidade, ela própria, é experiência de Deus”. E Gérard Sindt acrescenta: “Quando se fala de pessoas em Deus, é sempre o Espírito que é mais difícil de atingir. Ele representa aqui a terceira pessoa, isto é, nós”. Nós estamos envolvidos, portanto, do mistério de Deus, da Trindade. Também, para que haja comunhão, é preciso três pessoas; se não houvesse mais do que duas, seria simplesmente uma relação. Assim, o Espírito assegura a fecundidade do Amor do Pai ao seu Filho que partilha conosco.

Mas o que nos diz o evangelho de hoje sobre Deus?

Em nenhum lugar da Bíblia nós encontramos uma fórmula trinitária tão explícita e elaborada como no final do Evangelho segundo Mateus, onde assistimos ao envio missionário dos apóstolos, na noite da Páscoa: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Segundo os exegetas, essa fórmula se constituiu na liturgia do batismo, no final do século I. Isso não quer dizer que o evangelista Mateus conhecia o Deus Trino como o conhecemos hoje. Ele utiliza simplesmente o nome de Deus, revelado na história, como um Pai, por Jesus Cristo seu Filho, no Espírito de Cristo que nos habita. Devemos salientar que, para Mateus, o batismo não está reservado a um povo em particular. Ele é universal: “todos os povos” (Mt 28,19).

A missão consiste, então, em batizar, em fazer discípulos. Não aderindo a uma doutrina, mas sim entrando numa comunidade de fé que se enraíza em Deus, pelo Espírito Santo que nos habita. É evidente que a pessoa que ensina é importante, mas ele diz respeito aos mandamentos que Cristo nos deu: “ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês” (Mt 28,20). Porém, de fato, estes mandamentos se resumem num só: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo 13,34; 15,12). O nosso Amor deve ser fecundo, voltado aos outros, para que ele produza frutos, e que ele revele outros rostos do Deus Amor, outras pessoas em Deus, pelo Espírito Santo. Apesar das dúvidas que surgissem e que persistissem sobre Deus (Mt 28,17), Cristo nos confirma a sua presença, pois ele mora em nós pelo seu Espírito: “ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).

Concluindo, eu gostaria simplesmente de propor esta bela reflexão do exegeta francês Jean Debruynne sobre o evangelho desse domingo: “Trata-se de fazer discípulos. E fazer discípulos não é recrutar mão de obra ou procurar aderentes. Antes de qualquer coisa, trata-se de ir. Ir é partir, é sair. É ser livre. Ir é o contrário de estar fechado na verdade e de ser prisioneiro dos seus princípios. Ir é caminhar para frente e não de ré. Ir é um sinal de confiança. Vá! É uma decisão. Trata-se de aprender a viver os mandamentos e não guardá-los na geladeira. O único mandamento é amar!”.

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